quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Plantão sábado noite, geralmente o mais " Violento" dos plantões.


Interessante, este sábado noite não foi tão violento.

Alguns casos anotados.

Caso 1-  Idoso, sexo masculino, 85 anos crise hipertensiva leve, medicado e liberado em uma hora.

Caso 2-Idoso, 88 anos, insônia e angústia, retornou com hemograma sugerindo anemia.

Caso 3- Entra subitamente numa maca pela triagem, 48 anos, feminina, parada cardíaca, marido desesperado.

Caso 4- Idoso, CA de próstata, não anotei a idade, veio para ser internado.

Caso 5- Idoso, pisou no prego queria tomar uma antitetânica.

Caso 6- Idosa, diabética, referindo insuficiência renal e vômitos, melhorou ao aguardar os exames e solicitou tomar dramin IM.

Caso 7-  40 anos, masculino, queimadura de olho direito com solda. Medicado e liberado.

Caso 8- Cefaleia crônica, medicada e liberada.

Caso 9- 37 anos, masculino. Ao brincar com o filho passou mal e sentiu que estava com arritmia. Realizado ECG e liberado para o ambulatório de cardiologia para investigar uma discreta bradicardia.

Caso 10- 53 anos, masculino, pedreiro com dor no ombro e braço. Queria tomar voltaren para melhorar a dor e voltar a trabalhar. Medicado, melhorado, orientado e liberado.

Caso 11- 13 anos, feminina, vômitos, dor epigástrica há um dia. Medicado, diagnosticado e melhorado.


Estes casos foram atendidos em aproximadamente duas horas de trabalho.
Das 19:30 às 21:00h.

A paciente em parada, empurrei a maca até a sala de emergência, entubei, iniciei adrenalina e massagem, deixei no respirador e o caso foi conduzido pela médica recém formada. Foi a óbito e talvez já estava em óbito quando chegou. Fizemos a nossa parte.


São dez casos ambulatoriais e uma emergência. Triados e medicados conforme sintomas.

Diagnóstico se faz quando há consulta. 

Médico de pronto socorro faz triagem e atende urgências e emergências.

Consulta é em consultório com prontuário, história individual e detalhada.

Muitos falam de medicina sem saber.

Muitos tratam sintomas e exercitam a medicina sem serem médicos.


Bom, isso cansa.

Estatística de aproximadamente duas horas de plantão na triagem médica, o plantão ainda não acabou....

Maeli.


Plantão sábado noite.

 
Começo da noite, duas médicas de plantão na porta do SUS adulto.

A outra médica que realiza plantão comigo é recém formada e aceitou dar ajuda ao pediatra de plantão que estava esgotado.

Acumulou dupla função, algo que sabemos com o tempo que não compensa. Não há tempo para questioná-la.

Fiquei atendendo na porta, como as urgências são em menor número, a recém formada aceitou a dupla função.

Atender na porta é o termo usado para médico que faz triagem, aquela que no nosso país chamam de consulta.

Mas, consulta médica em dez, cinco minutos e com a porta entreaberta? Não, acho que isto não é uma consulta.

Somos obrigados a atender com o método de triagem para triar três tipos de casos, os ambulatoriais, as urgências e as emergências.

Haviam pacientes aguardando desde as dezessete horas, veio outra médica, agora bem mais experiente para ajudar na triagem das 20 às 0 horas.

Eram muitos aguardando. Quais realmente eram doentes? Só conversando com cada um deles.

Procuro sempre sorrir e brincar, apesar de presenciar grande sofrimento em alguns.

Brasileiro gosta de sorriso e descontração, geralmente não aceita o peso da seriedade.

Pobre povo guerreiro na porta do SUS.

Estou realmente emocionada de lembrar.

Vou pegar as anotações para o próximo post.

Até mais!

Maeli Aguilera Pedroso.

Triagem na saúde do SUS, uma análise individual

Boa tarde amigos!

Este blog servirá para um ensaio de uma estatística de acontecimentos na saúde pública do povo brasileiro de  uma região de São Paulo.

Sendo assim, manterei meus questionamentos atualizados e o raciocínio ativado para uma forma de atuar cada vez melhor compartilhando idéias e prováveis soluções para saúde pública.

Saúde pública é educação.

Doença é cuidado e assistência em avaliações e reavaliações.

As próximas postagens serão de casos reais atendidos.


Obrigada!